Novo post no meu substack.
Uma espécie de apêndice ao meu artigo na
@unamuno_revista
em que discorro sobre a verdadeira diferença entre o nosso cosmos e o cosmos dos antigos.
Spoiler: pouco importa se a Terra gira em torno do Sol.
Como disse antes, eu nunca tive opiniões fortes sobre nada em relação à pandemia. Tentei manter-me longe de todas as discussões para que não me roubassem a sanidade. E pretendo continuar assim.
Mas é impossível que isto seja uma questão de saúde.
para conseguir voltar a ter aulas presenciais (o fim de semestre online foi infernal).
E pior, eu vou ter de me vacinar novamente. E, desta vez, eu sei que não me vão deixar em paz.
Mas não é uma questão de saúde. E cada vez mais parece que nunca foi.
Cada vez mais parece um estranho rito iniciático. E um rito que tem de ser atualizado recorrentemente.
Eu vacinei-me para que me deixassem em paz. Eu até estava a aceitar estoicamente testar-me a cada 2 dois
Prometeram-me que se tomasse a vacina, poderia viajar livremente pela Europa, ter aulas presenciais, ir jantar, ir ao cinema, etc.
Acontece que tive a primeira metade do semestre de máscara constante (mesmo com toda a minha universidade vacinada) e a segunda em modo online.
Se o problema de saúde é o facto da doença ser altamente transmissível, um teste negativo deveria ser suficiente para que tudo estivesse resolvido.
Pior, um teste negativo com vacinação anterior!
Pior, um teste negativo a cada dois dias!
Desde que voltei a Portugal, continuei a viver como se nunca tivesse tomado a vacina.
Tive de fazer testes para ir ao restaurante, não consegui entrar no cinema pois não sabia que era preciso teste.
Com ou sem vacina, pouco mudou.
Mas como continuo na internet, disclaimer do disclaimer.
Eu tomei a vacina pura e simplesmente para que me deixassem em paz (não por medo ou por razões de saúde).
Para além disso, sabia que ia começar o meu mestrado fora e a vacina ia ser obrigatória para viajar.
Em Viena, as pessoas esperam SEMPRE pelo sinal vermelho acabar para atravessar a passadeira, mesmo que não se veja um carro num raio de 372km e sejam 3 da manhã.
Eu, o incivilizado, atravesso a rua normalmente e sou olhado como um pária.
Mas crio uma pequena revolução +
A China sozinha emite mais carbono do que o top 15 somado?
Se não tivéssemos de férias era juntar os jovens todos para uma greve contra o capitalismo ocidental
Mas tudo pode ficar pior
#2
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A minha faculdade decidiu que, aos testes negativos a cada dois dias, alunos com uma só dose de Jansen NÃO PODEM entrar no campus, mesmo com teste negativo feito no dia, na hora, no minuto anterior.
E eu tenho um exame na próxima terça.
O meu problema começou quando nenhuma das promessas feitas em relação à vacina foram cumpridas (isto pois todas as promessas de lockdowns de 15 dias até achatar a curva já tinham sido devidamente desculpadas).
O que, long story short, me leva ao momento atual:
Resumindo:
A Áustria não considera quem tomou só uma dose de Jansen como "totalmente vacinado" desde dia 3 de Janeiro.
A minha faculdade aceitava. Contudo, como a esquizofrenia nunca é pouca, todos os alunos devem fazer PCR a cada dois dias para entrar no campus.
Como estou na internet, começo com um disclaimer.
Eu nunca tive opiniões fortes sobre nada em relação à pandemia.
Durante o primeiro ano, praticamente todas as medidas tomadas pareceram-me prudentes. Tomei a vacina e não duvido da eficácia nem importância das mesmas.
Pelo menos, não preciso do booster para entrar no campus, pensei (temos de agradecer pelas pequenas coisas).
Se eu não queria tomar sequer a primeira vacina e só o fiz para que me deixassem em paz, podem imaginar a minha vontade de tomar um booster.
Eu nunca fui um "negacionista" - o que quer que isso seja - nem um "covidista"- idem.
O lockdown pareceu-me ok (o primeiro, pelo menos) mas nunca tive medo da doença. Tomei a vacina porque me vi obrigado, mas não duvido da sua eficácia (nem condeno quem a tomou livremente)
Ontem recebi um e-mail da faculdade em que falavam das novas mudanças em relação à vacina.
A partir de agora, qualquer pessoa que entre na Áustria com uma dose da vacina está no mesmo patamar de um não-vacinado.
Posso mostrar PCR negativo mas tenho de fazer quarentena.
Mas tenho de continuar o mestrado, tenho a bolsa de estudos, tenho a casa paga na Áustria - mais uma vez, quer quisesse quer não, era obrigado a tomar vacina para continuar com a minha vida.
Mas tudo pode ficar pior.
Encontrei esta bela frase no blog do
@LordAss
: "Política é o interesse principal das pessoas que não têm nenhum interesse em particular."
Aliás, uma das grandes bênçãos da minha licenciatura em filosofia em filosofia foi encontrar professores interessados na sua área.
Todos os vienenses que ressentem a tirania da sinalização rodoviária reveem-se no meu ato e, quais rebeldes, também se atrevem a atravessar a passadeira sem um carro visível num raio de 372km às 3 da manhã.
E assim me torno num Che Guevara do século XXI
Esta cultura de se queixar constantemente de estar casado e de como a vida de casado é uma merda e de como o casamento é um erro e bla bla bla, ainda que na forma de uma piada, é triste, destrutiva e um dos piores legados dos boomers
Comecei a ver Sopranos.
Pormenor girardiano brilhante logo nos primeiros episódios: o Tony só começa a desejar a psiquiatra depois que a sua mulher comenta sobre o "caso" que eles estariam a ter.
O Tony começa a desejar assim que a mulher lhe apresenta o objeto de desejo
O meu ensaio sobre ambientalismo e livre mercado está no novo lançamento do Instituto +Liberdade.
Ou seja, partilho um índice com a Elinor Ostrom. Obrigado pela oportunidade,
@LiberdadeMais
!
Até nos inimigos é preciso ter sorte.
Todos os conflitos miméticos tendem à indiferenciação. Quanto mais obcecado com o nosso inimigo, mais indistintos dele nos tornamos.
Basta ver os inimigos obcecados da cultura woke que terminam igualmente mentecaptos.
@julesterpak
@culturaltutor
I had a “beef” on this with a professor of mine. Eudaimonia is usually translated as “happiness” but I think that “fulfilment” or “flourishing” do the job better.
We think of happiness mainly as a psychological state. Eudaimonia is nothing like that: it is a state of being.
Because when the nazis invaded Portugal, they seized all mcdonalds. They saw the american franchise as a symbol of liberalism's decadence. They instead created mcdeutschland's and only served white-man food such as whey protein with raw beef.
O problema de ler Girard é que se começa a ver Girard em todo o lado. Mas o homem é cada vez mais inevitável.
A solução? Jamais esquecer que a discrição é uma virtude.
Compared to the average worker, CEO pay jumped from 20:1 in the 1960s to 100:1 in the 1990s
Companies began reporting CEO salary to shame CEOs into lower pay
It backfired. Knowledge of peer salaries led CEOs to compete harder. The salary gap increased
Os brasileiros estão chocados com esta notícia. Parece uma forma de neo-colonialismo, um paternalismo sem sentido.
Mas o que está em causa não é necessariamente as crianças portuguesas terem começado a falar como o Machado de Assis e a alta elite pt ver isso com nojo…
+
Parece que, por causa do tiktok, a nova geração não consegue consumir mais de 3 minutos seguidos de música.
Ou seja, basta ouvir a Master of Puppets sem parar para fazer parte do 1%.
Nunca foi tão medíocre ser génio.
Certa vez, o meu professor de filosofia da linguagem disse que Wittgenstein era os dois maiores filósofos do século XX.
Duvido que seja verdade. Mas o Fernando Pessoa é os quatro maiores poetas do século XX.
Momento do dia: uma moça super moderna com hábitos super modernos e aspeto super moderno, ensinava a mim e ao meu amigo as virtudes do budismo zen muito moderno que ela pratica.
Acontece que o meu amigo é japonês e a sua família é historicamente budista.
Ta ta taaaaam
“O intelectual só tem uma responsabilidade: ser sempre suspeito em relação a qualquer espécie de poder, mesmo que tenha afinidades com o político que foi eleito. Se ele se aliar aos poderosos, é apenas a prova definitiva de que ele vendeu a sua alma ao diabo” -
@martimvasques
Parte do zeitgeist transhumanista: reduzir tudo o que é distintamente humano, como a consciência, a mecanismos; argumentar que mecanismos (como o AI) demonstram consciência e inteligências superiores. Reduzir o humano, elevar a máquina
"Quem ler as mil páginas dos dois volumes que compõem o romance, sabe que o espanhol criticava, com intenso sarcasmo, o descolamento do real sofrido pelo “cavaleiro da triste figura”."
@martimvasques
sobre um dos piores vícios da elite progressista: apossar-se de Dom Quixote
@vibeckhart
Same in Catholic circles. Think what you will about universalists but they are certainly right in pointing to the ruthlessly sadistic spirit that animates the majority of “infernalists”.
“But it certainly seems to be the case that Futurism, despite its name, has more in common the art of the Middle Ages than that of the Renaissance. Perhaps Dottori's Crucifixion does belong in the Vatican after all.”
Esta é a época em que mais tenho saudades de Viena.
O outono roxo e escarlate do norte da Europa supera infinitamente o tédio monocromático do outono mediterrânico.
Cá vai a primeira edição do Aliteração.
O meu pitaco sobre a polémica do Pedro Sette-Câmara e o simbolismo: a natureza da atenção e o problema do Dawkins & CIA.
Não podemos julgar um livro pela capa. Mas podemos julga-lo pelo índice.
Por exemplo, um livro história da filosofia que passa da “filosofia antiga” para a “filosofia do renascimento” sem sequer contemplar o entreposto de um milénio que existiu entre as duas.
Enquanto vocês ficam aí chorando pela falta de cultura no Brasil, a minha modesta revistinha segue publicando ensaios, contos, crônicas e poemas de alto nível, escritos -- veja só que absurdo-- por brasileiros:
Há professores que foram tão absorvidos pela sua profissão que leem livros como se estivessem a corrigir testes. "O autor está certo aqui, ali e acolá. Errou no resto".
Toda a gente está à espera a física nos presenteie com a tal "teoria de tudo".
Mas a física é um cadáver sem direção que arranha uma teoria das cordas aqui, um multiverso ali e, no fundo, não sai do lugar.
A nova revolução virá das ciências biológicas (e da filosofia, claro)
O futuro passa por aqui. E há uma nova corrente de filósofos, cientistas cognitivos, neurocientistas e até físicos que já não querem nada com o mecanicismo.
✍Opinião + Liberdade Jovem
Desafio feito por alguns Jornais Regionais, da Rede +Factos, que passarão a publicar artigos de opinião dos jovens do Instituto +Liberdade
Esta semana o artigo é do João Pinheiro da Silva, membro fundador do Instituto +Liberdade
#MaisLiberdade
Ou seja, não é que as crianças portuguesas estejam a ler demasiado Lima Barreto, para horror das autoridades coloniais.
Não, elas estão a consumir horas de conteúdo lerdo que as faz desaprender a própria língua.
Nasce no meu substack a Antologia de Miscelâneas Desprezáveis, a minha insurreição contra a acídia e uma tentativa de manter a página ativa.
Na primeira edição, uns apontamentos sobre os génios e os clássicos.
@MauricioGRighi
O Leibniz já criticava o Newton por reintroduzir uma força sútil - a gravidade - no que deveria ser uma filosofia puramente mecânica. E tudo se complicou ainda mais com a mecânica quântica.
O mecanicismo puro não durou mais que umas décadas. Mas vários materialistas ignoram isso
Num certo sentido, isto é verdade e preocupante, sim.
Por outro lado, não sei até que ponto a necessidade moderna de querer constantemente algo novo e criativamente revolucionário é saudável.
É normal que as pessoas criem afeições p/ certas histórias, as revisitem, recontem...
@eduwolfp
Não sou fã do Bolsonaro mas acho q era uma comparacao estritamente econômica para mostrar que mesmo com recursos semelhantes uma economia não-socialista tem melhores resultados. Contudo, a Arábia Saudita está no lugar 98 de liberdade econômica. Mau, mas está acima da Venezuela
@RFiguraLima
🇺🇸🇺🇸🇺🇸
Vou fazer um internship de três meses. O meu projeto de pesquisa chama-se “the varieties of post liberalism” e vou tentar catalogar todas as novas vertentes de pós liberalismo, dar nome aos bois.
Vou enviando ao dr