Incerteza é o tema da moda no Brasil. Mas qual o seu efeito na atividade? Em artigo publicado hoje na Revista Brasileira de Economia (RBE), feito em parceria com Eduardo Zilberman (PUC-Rio), tentamos contribuir para essa discussão. Segue link:
Arrumando a casa da minha tia, achei uma relíquia: fósforo da campanha de Jânio Quadros para a eleição de 1961. Óbvio que tinha a cara dele estamapada numa vassoura - a esperança do Brasil no combate à corrupção
Há evidência que o discurso de Bolsonaro causou redução nas medidas de isolamento social.
Há evidência que distanciamento social reduz as mortes por Covid.
E Bolsonaro fala das mortes por Covid: “E daí? Quer que eu faça o quê?”
Há 2 anos, o Brasil tinha uma inflação de 12,2%. Hoje, tem uma inflação de 3,77%. De lá para cá, o PIB surpreendeu para cima e a taxa de desemprego surpreendeu para baixo.
Vivemos agora o maior choque positivo de preços de commodities dos últimos 50 anos. Diante de tamanha bonança externa, por que o PIB do Brasil só vá crescer em torno de 1% em 2022, pouco acima do crescimento populacional?
Agora sério, para quem está sempre atento às vírgulas das atas do Copom e aos gestos dos diretores do BC, tentando capturar qualquer informação, me digam: o que o Paulo Guedes de MEIA, sem terno e o único com a boca tampada quer dizer?
O spread bancário no Brasil continua sendo uma aberração!
Agora é o 2º maior do mundo (dados atualizados do Banco Mundial para 2017).
Nosso spread é maior do que o observado em países em guerra!
Quais são as causas dessa aberração?
Esse debate não pode nunca sair de cena.
Além das já conhecidas evidências de que o Bolsa Familía não reduz a oferta de trabalho (o chamado “efeito preguiça”), agora parece que o Bolsa Família, na verdade, aumenta o emprego formal.
🆕 A recent paper by
@fgerard_BE
,
@joana_naritomi
, & Silva studies the impact of a large-scale program, Bolsa Familia, in
#Brazil
on local
#labor
markets. The analysis finds that expansion of
#BolsaFamilia
increased local formal employment! Read more here:
O crescimento econômico de 2020 vai frustrar mais uma vez. Como tenho repetido frequentemente, estamos em plena década frustrada: desde 2011, projetamos um crescimento do PIB (linhas vermelhas) sistematicamente acima do PIB efetivo (linha preta). Não aprendemos com nossos erros!
Malha ferroviária alcança 26,9% da carga transportada no Brasil. Detalhe: uma locomotiva pode carregar 80 vagões de soja. Cada vagão transporta o equivalente a 2,5 caminhões. Ou seja, cada locomotiva substitui 200 caminhões nas estradas.
Nunca esqueço dessa história do David Card, ganhador do Prêmio Nobel de Economia deste ano. Seus resultados sobre os efeitos do salário mínimo geraram grande insatisfação entre seus amigos em Chicago.
A produtividade da economia brasileira está em queda livre nas últimas décadas, por qualquer medida de PTF que se queira usar, não importando o governo e a ideologia de plantão. Como reverter esse quadro é o grande desafio da nossa política econômica.
Para quem gosta de economia brasileira, recomendo fortemente o livro recém-lançado do Fernando de Holanda Barbosa, professor da EPGE/FGV e, na minha opinião, o melhor discípulo do Mario Henrique Simonsem. Texto recheado de hipóteses interessantes e muito bem escrito.
* ARTHUR LIRA INCLUI NA PAUTA URGÊNCIA DE PROJETO QUE PREVÊ O IPCA COMO ÍNDICE OFICIAL DE REAJUSTE DE ALUGUÉIS
Algumas dúvidas e comemtários sobre essa medida, caso venha a ser confirmada.
Série do Caged mudou. Houve quebra estrutural. Comparar a série nova com a antiga é um erro. Série do Caged mudou. Houve quebra estrutural. Comparar a série nova com a antiga é um erro. Série do Caged mudou. Houve quebra estrutural. Comparar a série nova com a antiga é um erro.
A crise econômica vai derrubar Bolsonaro? Todas as grandes recessões brasileiras (em regimes democráticos) desde 1930 foram acompanhadas de mudança de governo.
1930 - caiu Washington Luís
1992 - caiu Fernando Collor
2016 - caiu Dilma Rousseff
2020 - cairá Jair Bolsonaro?
A taxa de desemprego encerrou 2023 em 7,4%, abaixo de qualquer estimativa feita pelos 51 respondentes da pesquisa Focus no começo do ano passado. Resultado muito bom, ainda mais com inflação em queda.
O Brasil é um país profundamente desigual (no gráfico abaixo, só perde para a África do Sul) e lidar com essa questão deve ser prioridade da política pública.
População residente no Brasil em 2022, segundo o Censo: 203 milhões de pessoas. A estimativa antes do Censo apontava cerca de 215 milhões. De 2010 a 2022, a taxa de crescimento anual da população do país foi de 0,52%, a menor taxa desde o primeiro Censo do Brasil, em 1872.
PIB brasileiro acelerou em fevereiro e agora está 2,8% acima da tendência pré-pandemia, segundo dados do Monitor do PIB da
@FGVIBRE
(a melhor proxy para a atividade econômica do país em frequência mensal).
Brasil registra a menor taxa de desemprego desde 2015: 7,4% na série livre de influências sazonais. Resultado de março veio (mais uma vez) abaixo do esperado pelo consenso de mercado.
Fico assustado com a arrogância de alguns colegas. Um pouco mais de humildade faria bem à profissão - sobretudo aos macroeconomistas. Nosso objeto é complexo. Nossas evidências são menos convincentes e bem dependentes de contexto. Não vestimos jaleco branco.
Por que a CPMF é tão ruim?
1- porque incide em cascata, penalizando bens de consumo, o que é regressivo, uma vez que os mais pobres gastam mais em consumo proporcionalmente à renda.
Toda vez que algum economista escreve sobre a atuação do BNDES fazendo cherry picking (escolha de estudos isolados que legitimam sua convicção a priori), eu reposto esse meu paper. É preciso um mínimo de disciplina no debate público.
As emendas parlamentares no Orçamento federal se avolumaram na última década. Passaram de R$ 6,4 bilhões em 2014 para R$ 44,67 bilhões em 2024. Maior salto ocorreu em 2020.
Nessa semana, começo a dar aulas de economia brasileira no
@Ibmec_oficial
. O curso vai abranger o período 1930-2021. Pretendo compartilhar alguns elementos interessantes da nossa história econômica por aqui.
A seguir, algumas passagens do extraordinário livro “Como as Democracias Morrem” de Steven Levitsky e Daniel Ziblatt, professores de ciência política de Harvard. Qualquer semelhança com o caso brasileiro pode não ser mera coincidência. Para refletir (1/10)
O governo é indivisível. A equipe econômica está no mesmo barco do autoritarismo, do terraplanismo, da intolerância, do ataque à imprensa, das milícias, das fake news e do menosprezo ao Coronavírus. Não são ilhas; este é o governo Bolsonaro.
Impressionante o salto no dado de admissões em postos formais de trabalho desde dezembro de 2023 (dado já com ajuste sazonal). Março de 2024 é recorde da série histórica do CAGED.
Thread sobre meu artigo hoje no
@valoreconomico
, em parceria com a Daniela Campello (FGV e ex-Princeton).
Qual a importância dos preços das commodities para a economia brasileira? Quais as suas consequencias políticas?
Confesso que tenho admiração pelo Gustavo Franco. Além de ser um dos criadores do Plano Real, é um economista erudito e escreve textos sempre muito claros.
Mas frequentemente discordo dele. Ontem, isso aconteceu quando li sua coluna do
@Estadao
. (1/n)
Presidente
@jairbolsonaro
, deixa eu te atualizar sobre o que realmente sabemos sobre o Bolsa Familia.
Quem sabe assim a gente para de perder tempo com bobagens e tira a economia brasileira do atoleiro...
Vem comigo👇(1/n)
Comparação interessante. Pouca gente sabe, mas a alíquota máxima do imposto de renda (IRPF) no Brasil já foi de 60% no período Jânio Quadros e 65% no período Jango. O regime militar reduziu para 50%, Sarney reduziu para 25% e FHC aumentou para os 27,5% vigentes até hoje.
Impressionante o saldo comercial do Brasil: mais um recorde em fevereiro de 2024 (no acumulado em 12 meses), sem qualquer paralelo nos dados desde 1981.
Comemorar que o PIB cresceu 0,4% ao invés de 0,2% é revelador do estado lamentável da economia brasileira.
Como sair desse buraco? Segue uma thread sobre meu artigo hoje na
@folha
, em defesa do pragmatismo.
Esse post do Guilherme Boulos já tem quase 20 mil curtidas. Queria fazer alguns comentários rápidos, pois há pontos controversos sobre esse assunto. Vejamos em detalhes. (1/n)
Bolsonaro assinou hoje decreto que inclui a Casa da Moeda no programa de privatizações de Paulo Guedes. O Brasil pode entregar a emissão da própria moeda para uma empresa estrangeira. É o símbolo da perda de soberania de um país.
Brasil criou 244 mil empregos formais em março, acima do esperado pelo consenso de mercado (190 mil). Com esse resultado, país alcança 45,6 milhões de empregados formais - resultado que deve elevar ainda mais as projeções para o PIB de 2024.
A atuação do BNDES tem provocado um debates entre economistas, políticos, formadores de opinião e na população de forma geral.
Esses debates são saudáveis e devem ser estimulados, pois o BNDES é uma instituição pública.
Mas o que realmente aprendemos sobre o BNDES?
"O regime fiscal do teto de gasto marca uma era de 8 anos (2015-2022) em que o investimento líquido do governo central foi permanentemente negativo. Nesse período, o gasto de investimento dos governos não cobriu sequer a depreciação da infraestrutura (estradas, escolas, etc...)"
O pobre caso do Brasil, onde alguns economistas acreditam que política monetária expansionista é contracionista e que política fiscal contracionista é expansionista. O hiato do produto em território negativo por tanto tempo não é obra do acaso.
“Você conseguiu porque seu pai te deu ou porque você trabalhou?”
Essa pergunta é muito poderosa. Deve ser usada para discutirmos igualdade de oportunidade, tributação de heranças e meritocracia no país. (1/2)
“Dou um suco Tang para o leitor que descobrir se Farto estava entre os desembargadores do TJ que recebiam auxílio-moradia, equivalente a umas 200 vezes o valor do furto de Faminta”.
Leiam (mais) essa pintura do
@pfnery
1-Estou organizando um livro sobre o Rio de Janeiro, com
@mello_bandeira
e
@andrea_gv
. O livro tem artigos de 42 especialistas de várias áreas. O prefácio foi feito pela
@MarinaSilva
e a contracapa por Ricardo Paes de Barros,
@lauraabcarvalho
, Fabio Giambiagi e Eduarda La Rocque.
Excelente geração de empregos formais em janeiro: 180 mil vagas de trabalho criadas, ante expectativa de 85 mil do consenso de mercado. Projeções para o PIB de 2024 devem seguir sendo revisadas para cima.
Passei anos falando que os efeitos do BNDES no juro neutro e na potência da política monetária eram pouquíssimo relevantes. Publiquei alguns artigos sobre o assunto. Hoje, o presidente do BC deixou claro que quando ele fala de crédito direcionado, ele não está falando de BNDES.
“A América Latina responde por quase metade das vítimas de homicídios dolosos no mundo, apesar de ter um pouco mais de 8% da população global. A redução do crime poderia impulsionar significativamente o investimento, a produtividade e o crescimento do PIB da região”
No meu artigo de hoje no
@valoreconomico
, utilizo o ditado popular que diz que “pau que bate em Chico também bate em Francisco” para analisar o comportamento da inflação no Brasil. Segue o texto:
É muito curta a quarentena dos ex-diretores do Banco Central do Brasil, de apenas 6 meses. No Banco Central Europeu é de 2 anos. Essa e outras propostas para a política monetária estão em um texto para discussão do
@FGVIBRE
, feito com Maurício Furtado, publicado no ano passado.
Importante: não se compara taxa de desemprego em meses ou trimestres diferentes sem antes fazer um ajuste sazonal na série divulgada pelo IBGE. Isto posto, a taxa de desemprego CAIU em março e alcançou 7,4% (sendo que era 7,6% no trimestre móvel anterior).
Brasil lidera gastos com tribunais entre 53 países e despesas batem 1,6% do PIB, segundo levantamento feito pelo Tesouro Nacional (dados de 2021, os mais recentes disponíveis para os países analisados).
Por que nossa desinflação dessa vez foi tão diferente, sem qualquer recessão ou elevação na taxa de desemprego? Eu e Bráulio Borges discutimos essa questão em artigo hoje no
@valoreconomico
A economia brasileira está muito distante do pleno emprego. Nossa taxa de desemprego supera (e muito) qualquer estimativa de taxa natural de desemprego. Como sair dessa situação? No meu artigo de hj no
@valoreconomico
, com Braulio Borges, discutimos qual o instrumento antíclico.
A escolaridade média no Brasil aumentou bastante nas últimas décadas, mas a produtividade do trabalho ficou praticamente estagnada (ver gráfico). Por que?
O artigo do
@naerciomenezes
ontem no Valor traz pistas interessante:
Sim, é verdade que a inflação encerrou 2020 em 4,52%, acima da meta. Mas é preciso muito cuidado para interpretar esse resultado, senão ele pode passar a impressão de que o BC foi excessivamente frouxo na condução da política monetária, o que não é verdade.
“Em que ano, que mês, que dia, ficou decretado que o burro do fundão que bota tachinha na cadeira da professora tinha mais autoridade do que a professora?”
Antonio Prata, preciso. Como eu gostaria de ter feito esse texto. A Pandemia da imbecilidade!
Não há contrafactual com Haddad que seja tão insano quanto esse factual do Bolsonaro. Não há. O Bolsonaro é um Cabo Daciolo que deu certo; um psicopata que chegou no poder. Sua declaração em rede nacional foi assassina. Não há reforma que compense coisas desse tipo.
Solow foi um gênio e, além de tudo, um cara super divertido. Certa vez, referindo-se a Milton Friedman, disse: "Tudo para Milton o lembra da oferta de moeda. Já para mim tudo lembra sexo, mas, pelo menos, eu tento mantê-lo fora dos meus artigos". RIP Bob Solow!
Para quem não é assinante do Valor Econômico, segue meu artigo de hoje com Braulio Borges por aqui. O artigo trata da “inflação de desculpas”, uma das nossas piores mazelas econômicas.
Proposta: sempre que um membro do Comitê de Política Monetária faz reuniões externas ao Banco Central, essa reunião deveria ser transmitida ao vivo pela internet. A comunicação do BC (qualquer que seja) deveria estar diaponível para todo mundo.
“Com 8 anos de intensa investigação da Polícia Federal, do Ministério Público, do TCU, da CGU, de quatro CPIs, das Comissões Internas de Apuração e da imprensa, não apareceu um só indício de prática de corrupção por parte de um único funcionário do BNDES…
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Tem colega que ainda não se deu conta da mudança de regime que está em curso na economia brasileira.
Como uma imagem vale mais do que mil palavras, vou colocar duas imagens e economizar, com isso, milhares de caracteres.
Vejamos...
Uma boa trajetória de macroeconomia de pós-graduação não deveria, ao meu ver, deixar de estudar o livro do Snowdown and Vane (ou similar, que desconheço) sobre as origens, o desenvolvimento e o estado corrente da macroeconomia. Esse livro é bom demais. Super recomendo!
O que acontece quando a legislação favorece determinado porte de empresa?
Na França, muitas leis trabalhistas começam a ser aplicadas em firmas a partir de 50 funcionários. Reparem como cai o número de firmas a partir desse limite (i.e, há incentivo para ter até 49 empregados)