Depois do dinheiro que o Benfica investiu nas últimas épocas, olhar para o plantel (cheio de lacunas e jogadores limitados), para o futebol praticado, e para os títulos ganhos — e ainda achar que faz sentido continuar neste caminho em Outubro é sinal de insanidade.

O Tottenham perdeu a superioridade nos duelos e os suplentes do PSG — Ramos e Lee Kang-In deram o empate. Troféu mais merecido pela época passada do que por este jogo.

Já agora, grande jogo de Kudus, com e sem bola. Sai com o resultado em 2-0.

Tottenham apostou na transição e bola parada, enquanto o meio-campo mais físico engolia os craques do PSG (ainda em pré-época). João Neves fez falta. Mas os Ingleses foram descendo cada vez mais no terreno e este PSG não perdoa.

Junta-se ao meio-campo para gerar superioridade. Combina com Dedić — ora a dar largura, ora a atacar a profundidade. Equilibra a ala defensivamente e até fecha para formar linha de 5. Sabe segurar a bola e ainda tem impacto no último terço (definição/finalização). Que jogador.

Mas mesmo achando que o Rios terá sempre algumas lacunas com bola, também creio que é capaz de dar mais do que deu até agora — o Enzo deve ganhar cada vez mais influência em posse e o Colombiano terá tempo para adaptar-se ao futebol europeu e às dinâmicas da equipa.

Podemos questionar o preço, mas não o perfil. Era o que fazia falta ao nosso meio-campo, ao lado de Enzo.

Não acho que tenham sido jogos negativos de Rios. A falta de critério com bola faz questionar o preço de 27M. Mas ainda ontem foi importante pela forma como se impôs no meio-campo, sobretudo na primeira parte. Ganhou duelos e faltas, resistiu à pressão. Travou o fulgor do Nice.

Grande jogada. E tudo começa com o movimento de rutura de Ivanovic sobre a direita — algo que o Croata oferece e devemos explorar mais vezes neste tipo de jogos. Quando houver menos espaços, ele ou Pavlidis terão que ser auxiliados por um especialista entrelinhas, ainda por vir.

Falo na meia direita, não para retirar espaço a Aursnes, que parece cada vez + crucial, mas sim porque na meia esquerda já há Schjelderup a receber entrelinhas — e ele sim é especialista nessa função. O #8 do Benfica dá largura ou junta-se ao meio-campo e abre a meia-direita.

É claro que o Benfica ainda vai fazer uma grande contratação, para o lote de 13/14 ‘titulares’. Sudakov é craque e encaixa-se na necessidade de um 10 para jogar entrelinhas, mas preferia um jogador com preferência pela meia direita. Nenhum me enche as medidas como Brajan Gruda.

Talvez não seja consensual, mas a forma do Benfica evoluir a atual ideia de jogo é abdicar de um dos PLs por um verdadeiro 10 ou 2° avançado. As dinâmicas entre Pavlidis e Ivanović ainda podem melhorar ( 🇬🇷 a ligar, 🇭🇷 a romper) mas nenhum deles é um especialista entrelinhas.

Aconteceu mais vezes a tal dinâmica pedida entre os PLs. Ivanović a romper à direita — Aursnes recua ao meio-campo e abre o espaço, Enzo a lançar — e Pavlidis a descer sobre a meia esquerda para ligar. Bem mais lógico do que na 1ª mão. Margem para evoluir, com tempo.

O Rios é complemento ideal do Enzo, sobretudo sem bola. É cobrir espaços, ganhar duelos, faltas e metros de terreno. É agressividade e personalidade. É o perfil necessário para completar o meio-campo e a própria equipa. Mas confirma um pouco a etiqueta de ‘overpriced’.

MILF à Benfica. No verão de 2025, lá acordámos para o mundo das redes sociais. Antes tarde do que nunca.

Já se pode dizer que temos craque?. Enzo traz exatamente o que faltava ao meio-campo do Benfica. A pausa. A calma sobre pressão. O passe vertical. A variação de jogo. A qualidade a lançar. O que durante muito tempo se pediu por aqui (face a Tino e Kökcü). Que contratação.

Fácil.

Algo deste género, com Gouveia como 5ª opção.

O ED/10 — que deve ser canhoto criativo — é para mim uma contratação essencial para equilibrar o ataque do Benfica. Com a importância de Aursnes à direita, o que se pode discutir é se essa contratação deve ser para ameaçar o lugar do Norueguês ou de um dos PL, ou apenas rotação.

Eu acrescentaria outra opção ao ataque, um SA/10 para ligar o jogo interior, a facilitar o 4-4-2 ou 4-2-3-1 e a ser uma alternativa real a Pavlidis e Ivanović — Henrique Araújo e sobretudo Barreiro não podem ser titulares na posição. Talvez esperar por oportunidade de mercado.

Só a estrutura saberá como se pretende jogar, mas com base nas indicações recentes — 4-4-2 com Pavlidis e Ivanovic e exibições positivas de Schjelderup e Prestianni sobre a esquerda — não faz sentido contratar um jogador para substituir diretamente Aktur. ED/10 é prioridade.