Roleta do Unfollow:
Qualquer pessoa com um mínimo de conhecimento geográfico, histórico e político da região está ciente que a estabilidade do Afeganistão🇦🇫 implica na estabilidade de toda a Ásia Central, Cáucaso, e partes do Oriente Médio, China e Índia.
Dito isso: é perceptível que a estabilidade afegã é mais interessante para a segurança da Federação Russa, Índia, China e Irã do que dos EUA e OTAN, Ok?
Onde quero chegar: Desde 2017, com a deterioração da situação afegã, a Rússia e países da Organização de Cooperação de Xangai (organismo multilateral que reúne alguns países da Eurásia) tentaram mediar negociações de paz entre o Talibã e o enfraquecido governo afegão. (+)
Os EUA foram convidados e recusaram diversas vezes participar das negociações, afirmando estar sob controle da situação e que era possível reverter os recentes ganhos do grupo extremista de matriz wahabita. (+)
Deu no que deu...
Era a solução ideal? Claro que não! mas dada a irreversibilidade da situação e da falta de capacidade das forças armadas afegãs (treinadas e equipadas pelos EUA e OTAN) de projetar soberania em suas fronteiras, era uma forma de tentar evitar o prolongamento da guerra.
Resultado é esse: agora há de se "conviver" com o Talibã por um longo período sob risco dele virar um novo celeiro de grupos extremistas wahabis como foram nos anos 1990, quando a mesma superpotência norte-americana abandonou os afegãos a própria sorte.
Então, amiguinho.... antes de sair comemorando a "vitória sobre o imperialismo" glorificando o Talibã, conheça a realidade e entenda as consequências desses 20 anos desastrados de gestão dos EUA e OTAN.
Pra quem não sabe, as Guerras civis no Tadjiquistão, e as insurgências islamitas no Uzbequistão, Xinjiang (China), Cáucaso Norte (Rússia), Caxemira (Índia/Paquistão) e até Alto Karabakh (Armênia/Azerbaijão) se deve a presença de militantes islamitas "exportados" pelo Talibã
Para os tuiteiros que gostam de opinar sobre tudo e apontar o dedo a todos: Não estou falando que o Talibã foi a única causa de todas essas guerras. Mas o "jihadismo internacionalista" facilitou a presença desses militantes em todos esses conflitos e até outros que melhor omitir.